A violência contra a mulher não é tema novo, tem sido um desafio histórico no Brasil e no mundo. Em 2006, a Lei Maria da Penha estabeleceu mecanismos jurídicos e políticas públicas para proteger mulheres brasileiras da violência doméstica. Entre as medidas, foram institucionalizadas iniciativas de intervenção com homens que cometem esse tipo de agressão: no geral, são grupos de reflexão visando a mudança de comportamento.
Mais de uma década desde a criação da Lei Maria da Penha os desafios continuam e a realidade que se apresenta demanda ampliação das estratégias de enfrentamento, sobretudo porque os índices de violência continuam alarmantes, explicitando a necessidade de ampliação do debate com os mais diversos sujeitos sociais.
Desde os anos 90 algumas ações sobre o tema foram direcionadas para o público masculino. No âmbito internacional, grupos de homens contra a violência contra a mulher se formaram e publicaram seu posicionamento. Tal prática certamente tem impacto nas políticas para enfrentar esse tipo de violência.
Hoje são vários grupos no Brasil com diversas metodologias, grupos de estudos em universidades, grupos de mútua ajuda e grupos restaurativos e terapêuticos. Assim, é importante aprofundar qual o papel desses homens nesse desafio civilizatório.
O presente curso tem o intuito de contribuir para o conhecimento do enfrentamento da violência contra a mulher e também de como o universo masculino dialoga com o tema.
Para tanto, apresenta quatro módulos com 48 horas/aula e diferentes metodologias que permitem uma abordagem multifacetada, desde textos até podcasts. O debate é iniciado a partir do universo de garantia dos direitos humanos, os aspectos históricos que fizeram com que esse fenômeno tivesse uma dimensão tão relevante, passando por avaliar os papeis institucionais – com ênfase na escola e nos sistemas de segurança e justiça –, as normas vigentes, os conceitos e construções da masculinidade no mundo ocidental e os impactos produzidos pelas mudanças nas relações de gênero.
A construção do curso teve como premissa abordar o assunto de forma clara, trazendo para a realidade cotidiana a possibilidade de reduzir os impactos dessa que pode ser a violência mais silenciosa que a sociedade moderna tem que conviver.
Os quatro módulos foram construídos para profissionais do direito (principalmente os que trabalham com casos de violência doméstica), assistentes sociais e psicólogos do SUAS (Sistema Único de Assistência Social) e SUS (Sistema Único de Saúde), policiais civis e militares, profissionais de delegacias e serviços especializados em atendimento a mulheres em situação de violência, o poder Executivo municipal, estadual e federal, sistemas de segurança e justiça, homens e mulheres que estão na dinâmica social nas suas mais diferentes esferas desde a família até o mundo corporativo.